terça-feira, 4 de agosto de 2015

Os Loucos persistem! - De Sanctis

Os loucos persistem!

Vivemos numa Era tão padronizada, que nos lembramos de quem é diferente. A nossa memória relembra-se de momentos em que presenciamos algo que pode ser banal, mas por marcar a tal diferença se torna único. Uma simples saída que vemos até na distrital mas que feita por Neuer é levada ao limite dos deuses, ou até mesmo um guarda-redes a berrar com o seu central. Sobre a segunda, é o que sinto quando vejo De Sanctis em campo e que não vejo os mais novos a fazer, salvo rarissimas excepções.

A dita “velha guarda” está em cada movimento e gesto. Ele entra em campo e faz três marcas no relvado. Duas paralelas aos postes e uma a marcar o meio da baliza. Assim não se perde - ainda bem que não joga em sintéticos – e os adeptos insultam-no por estar a estragar o relvado. Mas ele também não quer saber. Claro que não quer saber, é louco...



Lembro-me dele desde os tempos na Udinese. Aquilo é que era alguém que parecia imbativel em jogos decisivos. Podia vacilar nos mais acessiveis, mas naqueles que viamos exporádicamente, ele brilhava e era o elemento chave do sucesso da equipa. E nesta renovada Roma não é excepção. Com um sentido de comunicação incrivel, ele não só orienta a defesa como está em constante contacto com o seu treinador de guarda-redes, seja antes de bater um pontapé de baliza, seja quando acaba de fazer uma defesa. É igual, é o elemento que ele procura sempre contactar. Aos 38 anos, e a acabar a carreira, é sempre um prazer ver este senhor em campo. É sempre bom presenciarmos um louco...


São estas “personagens” carismáticas que procuramos num jogo que além de mover multidões e muita emoção, é um entretenimento. Mesmo que o jogo esteja na maior monotonia, são estes jogadores que desbloqueiam o adepto. É o típico guarda-redes que ninguém gosta. Os seus adeptos não gostam por exagerar nos comentários e na postura de “rebelde” e os adversários por acharem que é problemático. Não é, um louco é apenas... um louco, e que bom é vê-los a persistir!

- A Última Barreira

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